quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Perigo: Extinção

Sim, aquele chapéu foi de propósito.
O repertório dele é gigantesco, mas não maior do que a mania que o brasileiro tem de -tentar- pormenorizar os feitos, as conquistas ou o sucesso dos outros.
Cara, Neymar é nosso. É o protagonista da Copa do Mundo que será disputada aqui, no nosso país, com chances de sermos campeões no Maracanã. Acorda!
Até quando você vai jogar contra?
Até quando vai achar legal impor seus limites hipócritas no nosso maior jogador?
Enquanto você vomita suas regras estúpidas, o mundo reverencia o moleque.
Pobre brasileiro... como CONSOME o tal complexo de inferioridade.


Quanta mediocridade, azedinhos. Cresçam, aplaudam, aprendam!

Parafraseando Tom Jobim: No Brasil, sucesso é crime. E Neymar não só faz, como É sucesso.

Cara, que o mundo acabe amanhã, se cada cada torcedor do São Paulo, do Palmeiras, do Corinthians, do Flamengo ou de qualquer outro clube não aplaudir e exaltar seu melhor jogador se conseguisse fazer fizer o que Neymar fez ontem.

Que o Morumbi desabe se o são paulino não defender até a morte se Luis Fabiano fizer duas embaixadinhas e tocar no fundo para Osvaldo cruzar;
Que o Itaquerão nunca fique pronto se o corintiano não aplaudir durante 40 minutos, Sheik dando aquele 'chapéu ao contrário' que o 11 santista fez;
E que o futebol acabe se essa nossa forma de praticar o esporte mudar.

Desculpa, fã de esporte, os ingleses e os alemães são ótimos, entendem de tática como poucos, são verdadeiras máquinas que voam nos campos europeus, mas não... não quero que minha espécie entre em extinção.

Agradeço a você que defende esse futebol com "dribles", que na verdade são apenas 'mudanças de direção com a bola nos pés'.

Eu quero Lucas driblando todo mundo, eu quero Neymar pedalando, dando carretilha, tirando a maior onda do mundo contra o Botafogo-SP, o Fluminense ou a Espanha.... Eu quero mais. Eu quero esse crime, que aqui no meu país, eu chamo de sucesso. Sucesso com a bola nos pés.

De tanto chorarem, daqui a pouco criaremos brasileiros com a mobilidade de um irlandês, e não, eu não quero que meu filho ache isso bacana.

Pra enaltecer o que é de lá e pormenorizar o que é daqui, em linhas gerais, sabemos qual plano de tv a cabo comprar e em qual canal colocar.

Mas eu fico com essa molecagem, fico com a mão na cintura e o jeitão debochado de deitar e rolar em quem quer que apareça na frente.

Divirta-se no Swansea x Bradford. Vou assistir Santos x Catanduvense e me divertir com futebol, não com essa coisa fria, pragmática e limitada que vocês chamam de Premier.

Neymar não conhece, não sabe o que é e não
 tem limites; Pelé, Garrincha, Zico, Romário e Ronaldo também não.

Que assim continue, que assim seja. Pra sempre!

Abs.
Felippe Palermo.

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Exagerados


No futebol é quase irresistível exagerar.
Não, calma. Eu digo mais, é quase necessário exagerar.
Pois futebol é isso, é paixão, é exagero, é xingamento, é 'perder a linha', é intensidade.

E futebol é futebol pra todo mundo, tanto pro cara que tá desempregado na periferia de uma cidade qualquer, quanto pro presidente de uma multinacional.
Eles se igualam ali, são os mesmos xingamentos, é o mesmo grito de gol, e é exatamente o mesmo choro de alegria ou de tristeza. Exagerado, diga-se.

Eu mesmo exagero. De vez em quando, falo que tenho 1.88m, mas na verdade tenho 1.86... Só pra parecer 2cm maior. E isso é, sei lá, natural!

O que não é natural, é a mania de querer ser mais que o outro que destrói o jornalista (que por muitas vezes, é o responsável por fazer a simplicidade de uma bola entrando em um gol virar esse exagero todo), o torcedor e o próprio futebol.

É lindo termos 8 mil corinthianos DO OUTRO LADO DO PLANETA. Mas qual é a necessidade de inventarmos e falarmos que lá estáo 20 mil alvinegros?

Pra que isso? Quem ganha com isso? O editor e o chefe do jornal? Mas até quando os 'jornalistas' farão 'jornalismo' pra editor e chefe? Por que não fazer pro torcedor um pouco?!

Mobilizar OITO MIL pessoas para saírem em dezembro de um país, atravessar a porra toda e chegar no Japão, é sensacional. Já mostra aí o tamanho do que é o Corinthians.

São oito mil lá, 25, 28, 30 milhões aqui.

Mas pra ficar mais 'bonito' pros chefes Brasil a fora, eu digo. São 20 mil lá (?) e 40 milhões aqui.

O timão é grande, muito grande. E tem uma das torcidas mais apaixonadas que já vi. E isso sim deve ser o exagerado, esse amor, essa paixão, essa loucura dos devotos, que lá ou aqui, ajudam os 11 guerreiros que estão em campo, seja no Mundial, seja cumprindo tabela de pontos corridos.

Além de grande, o Corinthians aprendeu e sabe se virar sozinho. Não precisa de ninguém, nem nenhuma classe jornalística pra tentar deixá-lo maior do que já é.

O jogo começou, intenso, exagerado... Vai, Corinthians!

Abs.
Felippe Palermo

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Museu de grandes novidades

Felipão foi anunciado como treinador da Seleção agora há pouco.

Sinceramente, eu não sei se concordo, se gostei ou se não gostei. Com a Seleção Brasileira, meu negócio é um só: ganhar a Copa de 2014 aqui em casa.
Seja com Guardiola, Luxemburgo, Tite, Felipão ou Pericles Chamusca, precisamos desse título. Precisamos trazer o povo de volta ao encontro da amarelinha, e Marín optou por trazer o cara que inventou a "Família Scolari", lembram?

O que penso é até um pouco contraditório com o que estou escrevendo neste espaço, única e exclusivamente sobre esse assunto: Guardiola seria muito interessante para agosto de 2014, com tempo pra fazer o time jogar do jeito que ele fez o Barcelona que todos falam, agora, precisamos de resultado. Só.
Felipão vai pegar o time redondinho, precisando fazer 2 ou 3 mudanças, pois a base está montada, aliás, a base e uma variação (sem centroavante fixo, com Neymar, Oscar, Kaká e Hulk flutuando no ataque), logo, Felipão precisa deixar o time rodar, assim como estava rodando, mas com aquele jeito de paizão que teve na Seleção de 2002.

Agora não é hora de cornetar, nem de desconfiar, temos que apoiar e torcer. E torcer muito, pois nada será tão especial quanto um título no Maracanã lotado em 2014.

Esqueçamos os nomes, fechemos os olhos pra Felipão e Parreira (que entrou no cargo de Andrés Sanchez) e acreditemos que dará certo.

Se é vocë, Felipão, que seja assim e que você se renove, pra dez anos depois, sentir-se completo mais uma vez.

Que o futuro repita o passado!

Abs.
Felippe Palermo.

http://www.twitter.com/felippe08

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Abuso de poder

Ok. Vocês venceram! Larguei.

Assisti os últimos jogos que o Santos contou com Neymar por mera coincidência, e a mistura de muitos ingredientes, culmina com um problema que me parece impossível de sanar.

Neymar é caçado, apanha, toma porrada, geralmente revida jogando mais e melhor, mas também cansa.


Para chegarmos no ponto onde quero chegar, preciso passar por Recife.
Sábado, 18h30, Náutico x Atlético-GO estavam prontos para 'rolar o melão', tudo certinho, manifestação 100% pacífica da torcida alvirrubra dizia "Não irão nos derrubar no apito!!!", exatamente assim, numa faixa preta com as letras brancas e três pontos de exclamação.

O que o digníssimo Leandro Vuaden faz? Decide, por vontade absolutamente própria, que não começará o jogo com aquela faixa pendurada na arquibancada.
Peraí, me deixa ler a constituição aí... Aonde tá escrito que um árbitro de futebol pode interferir na liberdade de expressão de quem está fora do campo de jogo?
E a polícia pernambucana, já conhecida por não fazer nada direito, repreende os torcedores e os obriga a tirar a faixa do lugar.

O que tiro dessa atitude é apenas uma lição: demos conforto, muito conforto e muito poder para um cidadão, que faz um trabalho dificílimo, diga-se, mas não sabe como usar esse poder. E sem saber usar, ele coage todo mundo, óbvio.

Não entra na minha cabeça, a forma com a qual um árbitro "se impõe" em relação aos profissionais que participam de uma partida de futebol profissional.

Sou um ferrenho defensor da profissionalização da arbitragem brasileira.
Acho, de verdade, que os árbitros merecem reconhecimento profissional e todo o direito que uma pessoa que tem um trabalho digno tem também. Mas calma! Essa zona de conforto só atrapalha.

Falei sobre esse abuso de poder pra chegar em Neymar, Lucas, Bernard, Valdívia...
Já não é de hoje que comento com companheiros que vivemos o mundo perfeito, só que ao contrário.

Nos preocupamos tanto com segurança, que damos valor a o que nos 'prende'.
Pensamos num carro blindado, numa casa com cerca elétrica, num apartamento com sistema de câmeras, num policiamento reforçado em clássicos... enfim, tudo é baseado na segurança. E o que nossos melhores jogadores não têm aqui? Segurança.

Por que o ciclo é vicioso, confundimos bom-senso com "esquema de A, B ou C com a CBF, com o Andrés, com o Marin, com quem quer que seja, e aí Neymar apanha, o juiz marca a falta. Ok. Mas ele vai apanhar 239 vezes depois. E sim, deve-se marcar as 239 faltas e expulsar 6 jogadores adversários se preciso for.

Logo, o que vimos ontem no jogo contra o Grêmio foi emblemático: Neymar arranca do seu campo, marcado por Anderson Pico e Elano, na velocidade ele, sendo puxado e levando toques nos tornozelos, leva até próximo a grande área, passando por Pico, até tomar uma forte chegada de Elano. O árbitro deixa o jogo correr, pois a bola sobra na direita para um jogador do Santos, e a jogada acaba com um escanteio para o Santos.

Neymar, visivelmente irritado, dirige-se ao árbitro, e de uma maneira simples, objetiva e sem nenhum tipo de deselegância fala as seguintes palavras "Eles tão me batendo desde lá de baixo. Desde lá de baixo tão me dando porrada". E qual a reação do árbitro, ao ser confrontado pelo maior jogador brasileiro, na casa do adversário, com estádio lotado? Ele, na sua zona de conforto, sente o momento perfeito para 'ser maior que o jogo', chama Neymar para um canto e num gesto firme e espalhafatoso ergue o braço com um cartão amarelo.




Meu Deus... Por que? Por que deixamos ser assim? Os erros são grandes, crasos, mas e essa autoridade absurda? Esse abuso de um poder que ele nem tem?
Não se manda um atleta tomar no cu, ainda mais quando você não dá entrevistas ao final da partida.
Mas o atleta que fala que um árbitro é safado, precisa se explicar minutos depois.


Ta aí, organizemos as soluções, então:
  • Profissionalização do árbitro de futebol;
  • Obrigação de conceder entrevista coletiva ao final de cada partida, tais quais atletas e treinadores;
  • Punições severas para maustratos com atletas e treinadores (até porque, quando um árbitro manda um jogador 'se foder', e o jogador vai pra cima do árbitro, quem se ferra, é quem foi xingado;
  • Quando profissionalizado, que haja um período de treinamento na Europa. Simplesmente pelo estilo de arbitragem que temos aqui. Lá, eles também erram, mas erram menos.
  • Por esse estilo 'menininha' de apitar, criamos jogadores que adoram um pulo, uma cena e uma cavada de falta, logo, se deixarmos o jogo correr, criaremos jogadores habilidosos e que jogam de pé.

    Enfim, ou muda a forma com a qual lidamos com esse absurdo que se tornou a arbitragem, ou os nossos craques se mudarão daqui.
    E definitivamente, entre ter Neymar, Bernard, Victor Andrade e os futuros moleques bons de bola por aqui e ficar aguentando juizinhos chiliquentos e cheios de querer, ferrando o maior entretenimento que temos no país... Eu fico com os moleques.
    Qualquer coisa, 'pediu, parou'.

    Abs.
    Felippe Palermo.

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